Ciclo de re-encontros
re-encontro #0 - lançamento da Casa Comum_A Cooperativa Cultural no Museu da República
21 de maio de 2022, 15h às 18h
15h - apresentação da proposta da A Cooperativa Cultural
Izabela Pucu e Lara Lima / Coordenadoras A Cooperativa Cultural
16h - Debate Uma casa comum é possível? Arte, comunidade e política
O encontro “Uma casa comum é possível?” marca o início da residência Casa Comum da A Cooperativa Cultural e convidados no Museu da República. Pessoas artistas, pesquisadoras, gestoras e curadoras se encontrarão para discutir o entrelaçamento entre práticas artísticas contemporâneas, articulações políticas e formação e instituição de comunidades. Podemos habitar uma casa comum? Ela é capaz de comportar as diferenças de uma forma mais justa? Uma outra república é possível? Têm a arte e suas instituições um papel a desempenhar nessas questões?
Palestrantes
Alyne Costa / PUC-Rio e UFRJ
Claudio Medeiros / UFF
Jessica Hipólito / Museóloga e pesquisadora independente
Mario Chagas / Museu da República
Mediação
Aline Mendes / Impacto das cores
Rafael Zacca / escola da palavra
Saiba mais sobre os palestrantes e suas falas
Interesses comuns que não são os mesmos: cosmopolíticas terrestres - Alyne Costa
A proposta é conversar sobre os novos dilemas e desafios impostos pela atual crise ecológica planetária, na medida em que ela exige a consideração de inúmeros outros agentes políticos que não apenas os seres humanos, bem como a reorientação de expectativas alimentadas pelo sonho de progresso e emancipação social baseados na exploração dos "recursos naturais". Tudo isso modifica profundamente as concepções de humanidade e natureza, agente e ambiente, indivíduo e coletivo, local e global. Nessa reorganização de ideias, expectativas e dilemas, o conceito de "cosmopolítica", cunhado pela filósofa Isabelle Stengers, nos será de grande valia, pois convida a conceber comuns que preservam e valorizam a diferença.
As barcas que não chegaram a atracar - Claudio Medeiros
Há muitos jeitos de construir muros. Vamos falar sobre os muros que deram lugar a outra cidade há pouco mais de cem anos. Muros detonados, que não serviram para aproximar, mas para resolver um excesso de presença: os miasmas que transpiram do calabouço dos negreiros, os forros e os livres, os curandeiros e as linhas de cura, os elementos anti-estéticos e anti-higiênicos incorporados em tipos de habitações. No quadro do desejo de saneamento racial, o combate a excessos de liberdade foi passagem para o processo de recolonização de corpos característico da formação da República.
Museu, antimuseu e humanidades cindidas - Jéssica Hipolito
A proposta é refletir sobre como a questão racial é basilar na construção dos museus modernos e como os conceitos de humanismo, raça e modernidade são a base para a construção e disseminação de memórias nesse espaço. Tomando como pontos o conceito de Antimuseu do intelectual Achille Mbembe, assim como a perspectiva de Aiesthesis de Walter Mignolo, procura considerar exposições museológicas como espaços de reflexão do “lugar” da pessoa negra numa das maiores instituições culturais ocidentais.
a museologia social e a construção de um fratrimônio de combate ao racismo religioso - Mario Chagas
no ano em que se comemora os 50 anos da mesa redonda de santiago do chile - marco fundante de uma outra museologia e de outros museus possíveis - trazer o debate de uma "casa comum possível" para o museu da república é inspirador. interessa dialogar sobre a memória do poder e o poder da memória; sobre a museologia social e possíveis alinhavos com a arte contemporânea; sobre a construção de um fratrimônio de combate ao racismo religioso.